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Baianos Marcio Freire, Yuri Soledade e Danilo Couto — Foto: Rick Brayner |
"Faleceu fazendo o que mais amava", disse o surfista baiano Yuri Soledade sobre o amigo, o também surfista Marcio Freire, que morreu nesta quinta-feira (5), após sofrer um acidente enquanto surfava em uma praia de Nazaré, em Portugal.
Os dois baianos se conheceram ainda na infância, em campeonatos de surfe pela Bahia. Yuri, natural de Olivença, tornou-se um grande amigo de Marcio, que era natural de Salvador.
Junto com Danilo Couto, o trio de surfistas curtiu as ondas do Barravento, na praia da Barra, na capital baiana e de Itacaré, no sul da Bahia. Mais tarde, se mudaram para o Havaí, onde começaram a mudar a história do surfe mundial.
"Nós sempre tivemos essa aptidão incomum, a gente se destacava quando o mar estava grande. Essa paixão pelas ondas grandes nos uniu ainda mais", contou Yuri.
Na ilha de Maui, no Havaí, o trio desbravou uma onda chamada Jaws, segundo Yuri, uma das mais difíceis de serem surfadas. Na época, início dos anos 2000, ninguém costumava surfar essa onda sem equipamentos de segurança, como jet ski e coletes salva-vidas. Mesmo assim, o trio resolveu fazer o impensável e desbravou Jaws apenas na remada.
"Isso mudou o surf. Eu estou aqui de coração partido, porque depois de tudo que passamos, depois de enfrentarmos momentos de quase morte, ele nos deixou em um dia em que as ondas não estavam gigantes".
"Mas acredito que as coisas acontecem por um motivo e que a vida dele deve ser celebrada", desabafou o baiano de Olivença, que mora no Havaí.
Para Yuri, Marcio não era "só" um grande surfista. Era um exemplo de amigo e de ser humano, uma pessoa que se importava com causas ambientes quando pautas como reciclagem ainda não eram tão comentadas.
"Na comunidade internacional do surfe, não tem pessoa que seja mais amada do que ele", disse.
G1 BA
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